26 agosto, 2010

SOLIDÃO

Se acaso a solidão
Lhe pregar uma peça,
Claro que você não vai sorrir,
Então não impeça a lágrima
Que nos seu olhos brotar.

Chore, chorar é bom,
É um desabafo. Melhor
Que muitas palavras inúteis
Nesse momento que é só seu.

Solidão é uma surpresa,
Nos pega no trânsito, no cinema,
Ou numa discussão boba,
Onde aparece de sobremesa.

Um mal necessário?
Vai lá se saber. Ela vem de repente,
Licença não pede para a gente,
Vai se acomodando, não fala,
Fica alí, quietinha.

É uma palavra só, por isso mesmo
Necessário se faz entender a solidão.
Está na gente, mora com a gente,
Vem da alma, do coração.

PAULO ODAIR

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Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha