03 fevereiro, 2009

Soneto à Sol e ao Lua

Diante da mais natural e crassa amua,
Ainda que entre os dois haja afinidade,
Pergunto, eu, com a razão e a sinceridade,
Por que a Sol não se casou com o Lua?

Seria – quem sabe? Por profundo lamento,
Ou, por uma simples razão de inconstância?
Por certo, não teria sido em logro da distância,
Mas, para evitar o alor ao desamor e ao sofrimento.

Que a Sol ame ao Lua, claro, eu não discuto.
Então, por que há no céu arujaense clima de luto?
E este impulso tão insano quanto alheio.

De especular, eu, deveras já estou farto.
Mas é porque o Lua, sim, mudou de quarto,
E, quando voltou, claro; já voltou cheio.


Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha