05 agosto, 2007

PENICO A EVOLUÇÃO

Penico, a evolução
Por: Paulo Pereira
Zezinho acordou triste e pensativo, com uma dor de dente e uma dor no pé do umbigo, a barriga estava até roliça. Ficou triste sem saber que dor era aquela. Gritou sua mãe dona Joana: _ Bem que eu te disse para não comer tanta besteira menino, isto são gases presos, toma este comprimido, se não sarar prepare o nariz e o penico._ Mamãe eu não vou tomar, isto é ruim._Você pode espernear, gritar, rodopiar no chão, mas vai tomar Zezinho. A barriga reclama, Zezinho sai correndo pega um dos penicos debaixo da cama e senta, parecia até um rodízio, dona Joana tirava um cheio e colocava outro vazio. Zezinho gritava: _Mãe me ajuda! me ajuda! acode mamãe! Lágrimas corriam, suor escorria, era uma bufa atrás da outra, parecia até fogos de artifício. Dona Joana abriu porta, janela e ligou até ventilador, os vizinhos gritavam: _Que barulho são estes? De onde esta vindo todo este fedor? A dor de dente do Zezinho até que passou. Silencio...O silencio era tão grande que dona Joana escutou o último pedido de uma mosca._Por favor, cuide dos meus filhos, lagartixa, pé de pano, rocambole e azeitona.De lá do quarto Zezinho grita: _Aleluia, aleluia! parei de cagar.Dona Joana abraça Zezinho e enxuga o suor._Filho tire esta roupa e jogue a cueca fora, sua barriga agora esta vazia, mas que estrago meu filho.Zezinho sai no quintal para tomar um ar e vê seus vizinhos de mascaras no rosto, gritando: _O que foi isto meu filho? Pensamos que era a terceira guerra mundial e que o rio Tietê tinha transbordado.Do lado do tanque um monte de penicos. Dona Joana abraça Zezinho. _Não fique macambúzio filho, jogo desinfetante, dou uma boa lavada, logo estará brilhando de novo. Varro o quintal, tiro as moscas, os bichos e os pássaros que morreram e presto socorro para aqueles que sobreviveram._Olha quantos urubus vieram para o banquete, vestindo seus melhores ternos.Em meio a risos e abraços dona Joana fala brincando: _Zezinho vai mais um penico? _Um homem prevenido vale por dois, um penico na hora da dor e um nariz resistente para suporta o fedor.

Poesia nos muros

                                                               Inveja A idade adulta me trouxe a dor de cotovelo. As crianças são o meu alvo...