23 agosto, 2007

Faz me rir

Dentadura

João estava indo para cidade depositar um dinheiro em sua conta. O banco estava cheio; ficou horas na fila; sentava e levantava e nada da fila andar, era criança chorando e velhos reclamando isto estava até deixando-o irritado.
As pessoas estavam reclamando até que conheceu Maria na fila do banco.
- Maria onde você mora?
- Moro aqui próximo e você moro um pouco longe do centro.

João e Maria ficaram conversando por horas e nada da fila andar, escutamos um barulho era seu José que estava do nosso lado cochilando tinha soltado um peido e falou me desculpe, mas o mau cheiro subiu.
Uma senhora gorda que estava ao lado falou como que podemos agüentar isto? A fila não anda, um calor infernal o ar condicionado está quebrado e este velho peida aqui, vai para a fila dos aposentados.
Seu José ficou nervoso tirou a dentadura e arremessou. O melado desceu da cabeça da senhora e vendo todo aquele sangue, a senhora saiu correndo dentro do banco atrás do seu José, para bater.
As pessoas que estavam na fila, uns davam risada e outros gritavam pega o velhinho, mas nada de pegar.
Na fila dos aposentados os velhinhos se revoltaram e começaram a correr agora atrás da senhora gorda, era dentadura que voava, muleta que subia e guarda chuva que descia na cabeça de quem entrasse na frente; todos gritando pega esta gordinha.
Duas senhoras, no meio da bagunça, deixaram cair os óculos e começaram a agarrar nos cabelos uma da outra pensando que era a gordinha. Maria, no meio da confusão, sumiu.
Marcos o gerente do banco, chamou a policia, do lado de fora estava cheio de repórter e em minutos a polícia chegou gritando: - todos se afastem vamos entrar.
Os policias entraram e falaram:
- Soltem as armas, mãos na cabeça.
Um monte de velhinhos estava preso do lado de fora do banco, os reportes saíram correndo para entrevistar a gangue do algodão doce, pois era assim que os velhinhos estavam sendo chamados pelas pessoas e os repórteres.

Na delegacia todos estavam chorando, alguns dizendo tenho que tomar meu remédio de pressão, outros gritavam preciso tomar minha injeção de insulina, cadê minha filha? Perguntaram para o delegado Antonio quando é que vamos ser soltos? “Quando aparecer um dos seus parentes para pagar a fiança”.
Algumas horas depois os parentes dos velhinhos chegaram à delegacia:
- cadê minha mãe?
- Cadê meu pai?
- Vô cadê você?

- Delegado Antonio, o senhor tem que soltar eles, o senhor não esta vendo que são pessoas inofensiveis são tudo de idade.
Delegado: “vou soltar depois que vocês pagarem a fiança, e os prejuízos que eles deram no banco, quebraram as cadeiras entre outras coisas, o pessoal da limpeza nunca viu tanta dentadura e guarda chuva na vida deles; depois vocês têm que reconhecer os pertences e os recolherem, aí eles estão liberados”.
Do lado de fora da delegacia estava cheio de reporter para entrevistar os velhinhos. Depois de horas presos, alguns saíram chorando e outros reclamando e o repórter perguntou ao seu José por que aconteceu tudo isso?
-Vou te falar meu filho, foi por causa de um peido e uma dentadura por isso aconteceu tudo isso.
Agora vou descansar, tchau!

PAULO PEREIRA

Sobre choro e nó na garganta

Trecho do livro "Dente-de-leão: a sustentável leveza de ser" - Escritor Sacolinha