04 dezembro, 2006

+ poesia

Não sou um poeta
à Edgar Castro, Sérgio Vaz
artistas-cidadão


Não sou um poeta
Eu sou uma farsa!
E como farsante
Conto verdadeiras histórias
Escrevo poemas
Para castigar a memória
Glorifico os vencidos
para macular a vitória.
Não sou um poeta
Eu sou uma farsa!

Não sou um poeta
Eu sou uma farsa!
Preocupa-me sim
A rima, a métrica,
O verso, a técnica, a palavra
Mas preocupa-me mesmo
É o SUJEITO
Por ele até abdico
da suposta pretensão de ser poeta
E me contento apenas com a farsa.

Não sou um poeta
Eu sou uma farsa!
E como farsante, eu sou exigente
Não quero saber do poema, do poeta
Que não concilie sua poesia com a prática
Que não seja o artista-cidadão
Que ignore os preconceitos, a desigualdade
A Ética, o Amor
Não quero saber do escritor, do poeta
Que decrete o Fim da História,
do meu Idealismo, dos meus sonhos
e de todas as Ideologias.

Sem isso, o que sobra é punhetagem.
Nem o poeta
Nem a farsa.

(Rodrigo Ciríaco)
www.efeito-colateral.blogspot.com

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