07 abril, 2005

Notas...

Vem aí o trabalho literário feito pelos escritores e poetas: Marcopezão, Alessandro Buzo, Sérgio Vaz e Sacolinha. Esse trabalho será publicado em diversos veículos de comunicação. Aguardem!

E Atenção: O livro "Graduado em Marginalidade" do escritor Ademiro Alves (Sacolinha), será lançado em breve. Várias articulações estão sendo feitas, e o autor assegura que em pouquíssimo tempo a obra estará nas ruas, ou melhor nas livrarias, entidades e o escambau. E tem mais: Serão feitos lançamentos em diversos estados do Brasil, com ou sem editora. Pode acreditar.

PRECISÃO
(Allan Santos da Rosa)


Uma mulher
que me incentive a criar
quando sorrir e quando chorar
quando dormir e quando suar.
Que seja o entrelace de escultura e desenho,
balé e candomblé.
Que seja meu partido político, minha televisão,
meu futuro caindo em pétalas.
Com quem faça grandiosos planos
e na hora do vamo ver
me diga que tá com preguiça,
piscando e me ganhando.
Que faça minha barba, aceite minhas flores,
meus tremores, minhas colagens
e rasgue meus piores poemas.
Que me vire a cara por dois dias
se eu não botar a caneta no caderno que ela me deu.
Que ao ver os homens lindos da ruas,
pouse as mãos entre as coxas e sussurre meu nome.
Ou o nome com que batizou meu falo.
Uma mulher sem dinheiro,
para ficarmos ricos por uma semana
juntos, na praia.
Que se aninhe em meu colo,
após me fazer sentar e ouvir o vinil.
Que não use relógio
e que ferva sua vaidade em tabletes.
Que começou a trabalhar cedo e me conte histórias
do centro e do subúrbio.
Que viaje sem mim e que volte com braços enormes
e sorrisos salgados.
Que mora dentro de mim, nos meus guetos distantes,
e que por vezes aflora em meu cheiro.
Que componha ladainhas pro meu berimbau,
movimentos pro meu corpo.
Que me dê paçocas e incensos.
Uma mulher que conceda a graça de ir embora
sem que o sangue das minhas veias entre na contramão.

SONETO DA CALADA
(Allan Santos da Rosa)

Sonhos noturnos de Tonho animam seu vulto.
No lábio ilusões do veneno e do gozo.
Role de moleque e promessas de adulto.
Se fia no santo frente o mundo escamoso.

Neblina na esquina um trio cabuloso.
Poder de polícia- garante o estatuto.
Sem dever mas dá pala tropicando nervoso.
O primeiro Não teve o valor de um insulto.

Coturnos no beco são ferrões do vespeiro.
Invade a carquera a quimera de Tonho.
Quem crê no seguro do gambé madrugueiro?

No apetite cinza do boneco medonho.
No artigo a força pro dedo ligeiro.
Aço cuspido estoura a fonte do sonho.

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